quarta-feira, 21 de abril de 2010

P2 (a) - Revisão: Língua e Linguagens (1º ano - EM)

Atenção, gente! Aqui vão algumas dicas sobre os conceitos de linguagens e língua, que ajudarão na P2 (1º período) de Língua Portuguesa do 1º ano do Ensino Médio.

1- LÍNGUA: é um tipo de código de uso coletivo, que serve a uma nação, a um povo, a uma determinda cultura para que haja comunicação entre as pessoas que compreendem suas leis combinatórias de seleção e exclusão de fonemas, letras, palavras, frases, orações, períodos etc.
EXEMPLOS: a Língua Grega, o Latim, a Língua Portuguesa, a Inglesa, Francesa, o Esperanto, a Libra (sinais para deficientes auditivos e linguísticos).
2- LINGUAGENS: como sabemo sabemos, há, no mundo, vários tipos de linguagens. Eis alguns tipos delas:
a- Linguagem verbal: nela é usada apenas palavras (de todos os tipos) que podem ser ESCRITAS ou FALADAS.
b- Linguagem não-verbal: nela é usada apenas imagens, gestos, movimentos (desenhos, pinturas, sinais, dança etc.).
c- Linguagem mista: nesse tipo de linguagem são empregadas tanto a linguagem verbal quanto a linguagem não-verbal (reveja os tipos "a" e "b" acima).
d- Linguagem digital: combina todas as outras linguagens, além de inserir recursos próprios do mundo tecnológico. É só pensarmos em celulares, internet, blogs, computador, video-games etc.
Obs.: Gente, não deixe de estudar esses conceitos colocados aqui, pois há alunos que não se saíram bem na P1 porque não estudaram ou não levaram a sério os conteúdos exigidos. Portanto, estude, Gente!!!

terça-feira, 20 de abril de 2010

P2 (b) - Revisão : Intertextualidade, interdiscursividade e paródia (1º ano - EM)

Atenção, gente! Os exercícios abaixo servem como revisão para a P2. Deixei os das páginas 114 e 115 (dados em aula no dia 20/04) para corrigirmos um pouquinho antes da prova em 27/04/2010, forçando-os a fazê-los com mais afinco. Estudem!!!

1- Leia os dois fragmentos dos poemas abaixo e responda ao que se pede.

Violões que choram... (Cruz e Sousa-séc. XVIII)
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.

Violoncelo (Camilo Peçanha-séc. XIX)
Chorai, arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
a) Segundo o conceito de intertextualidade, podemos dizer que o segundo poema tem relação com o primeiro? Justifique.

R.: Sim, pois os dois textos possuem o mesmo tema e dialogam com o mesmo conteúdo; o 2º poema é inspirado no 1º.

b) Podemos dizer que, neles, a interdiscursividade não está presente? Justifique.

R.: Não. Porque o discurso, o assunto abordado é semelhante; e isto apresenta ao mesmo tempo visões de mundo parecidas e próprias, mas que se distanciam por causa das épocas diferentes em que os versos foram escritos.

c- Como pode ser visto O conceito de paródia nos poemas lidos?
R.: O 2º poema é, de fato, posterior ao 1º. São de séculos diferentes; evidenciando que o 2º "imita" o 1º, mas não de modo satírico (irônico). Então não há paródia.
Obs.: Paródia - obra que imita satiricamente o tema e/ou a linguagem de uma outra.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os precedentes da Semana de Arte Moderna (1922)






Os primórdios da arte moderna no Brasil

Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposição em São Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só retornando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.

A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro marco para o Modernismo brasileiro.

Todavia, as obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do público, causando violentas reações da crítica conservadora.

A exposição, entretanto, marcou o início de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma necessidade de renovação da arte brasileira.

Além disso, traços dos ideais que a Semana propunha já podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela participaram (além de outros que foram excluídos do evento).

Desde a exposição de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se agrupassem.

Em 1920, por exemplo, Oswald de Andrade já falava de amplas manifestações de ruptura, com debates abertos.

A semana de 22


A semana de 1922

A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos do que de definir um único ideal moderno.
13 de fevereiro (Segunda-feira) - Casa cheia, abertura oficial do evento. Espalhadas pelo saguão do Theatro Municipal de São Paulo, várias pinturas e esculturas provocam reações de espanto e repúdio por parte do público. O espetáculo tem início com a confusa conferência de Graça Aranha, intitulada "A emoção estética da Arte Moderna". Tudo transcorreu em certa calma neste dia.
15 de fevereiro (Quarta-feira) - Guiomar Novais era para ser a grande atração da noite. Contra a vontade dos demais artistas modernistas, aproveitou um intervalo do espetáculo para tocar alguns clássicos consagrados, iniciativa aplaudida pelo público. Mas a "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos…) que se alternam e confundem com aplausos. Quando Ronald de Carvalho lê o poema intitulado Os Sapos de Manuel Bandeira, (poema criticando abertamente o parnasianismo e seus adeptos) o público faz coro atrapalhando a leitura do texto. A noite acaba em algazarra. Ronald teve de declamar o poema pois Bandeira estava impedido de fazê-lo por causa de uma crise de tuberculose.
Importantes figuras do modernismo, em 1922 (veja a foto acima): Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita).17 de fevereiro (Sexta-feira) - O dia mais tranquilo da semana, apresentações musicais de Villa-Lobos, com participação de vários músicos. O público em número reduzido, portava-se com mais respeito, até que Villa-Lobos entra de casaca, mas com um pé calçado com um sapato, e outro com chinelo; o público interpreta a atitude como futurista e desrespeitosa e vaia o artista impiedosamente. Mais tarde, o maestro explicaria que não se tratava de modismo e, sim, de um calo inflamado…
Desdobramentos

Vale ressaltar, que a Semana em si não teve grande importância em sua época, foi com o tempo que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século. Devido à falta de um ideário comum a todos os seus participantes, ela desdobrou-se em diversos movimentos diferentes, todos eles declarando levar adiante a sua herança.

Ainda assim, nota-se até as últimas décadas do Século XX a influência da Semana de 1922, principalmente no Tropicalismo e na geração da Lira Paulistana nos anos 70 (Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, entre outros). O próprio nome Lira Paulistana é tirado de uma obra de Mário de Andrade.

Mesmo a Bossa Nova deve muito à turma modernista, pela sua lição peculiar de "antropofagia", traduzindo a influência da música popular norte-americana à linguagem brasileira do samba e do baião.

Entre os movimentos que surgiram na década de 1920, destacam-se:

Movimento Pau-Brasil
Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta
Movimento antropofágico

A principal forma de divulgação destas novas ideias se dava através das revistas. Entre as que se destacam, encontram-se:

Revista Klaxon
Revista de Antropofagia

domingo, 21 de março de 2010

Figuras de Linguagem (conceitos essenciais)

Figuras de linguagem - diz respeito às formas conotativas das palavras. Recria, altera e enfatiza o significado institucionalizado delas. Incidindo sobre a área da conotação, as figuras dividem-se em:

a. Figuras de construção (ou de sintaxe): têm esse nome porque interferem na estrutura gramatical da frase.

b. Figuras de palavras (ou tropos): constituem-se de figuras que adquirem novo significado num contexto específico.
c. Figuras de pensamento: realçam o significado das palavras ou expressões.

1. Figuras de construção (ou de sintaxe)

1.1. Elipse - Omissão de um termo facilmente identificável. O principal efeito é a concisão.
Ex.:De mau cordo, mau ovo (De mau cordo só pode sair mau ovo)

1.2. Pleonasmo - Repetição de um termo ou idéia. O efeito é o reforço da expressão.
Exs.:Vi-o com meus próprios olhos.
Rolou pela escada abaixo.

1.3. Onomatopéia - Consiste na imitação de um som.
Exs.:O tique-taque do relógio a enervava.

Há ainda: zeugma, polissíndeto, iteração (repetição), anáfora, aliteração, hpérbato, anacoluto, e silepse.

2. Figuras de palavras (ou tropos)

2.1. Metáfora - Fundamenta-se numa relação subjetiva, ela consiste na transferência de um termo para um âmbito de significação que não é o seu e para isso parte de uma associação afetiva, subjetiva entre dois universos. É uma espécie de comparação abreviada, à qual faltam elementos conectores (como, assim como, que nem, tal qual etc.).
Ex.:Murcharam-lhe (assim como murcham as flores) os entusiasmos da mocidade.

2.2. Metonímia - Consiste na substituição de um nome por outro porque entre eles existe alguma relação de proximidade.
Ex.:O estádio (os torcedores) aplaudiu o jogador.

Há ainda: catacrese e antonomásia.

3. Figuras de pensamento

3.1. Antítese - É a figura que evidencia a oposição entre idéias.
Ex.:Buscas a vida, eu, a morte.

3.2. Hipérbole - É uma afirmação exagerada para conseguir-se maior efeito estilístico.
Exs.: Chorou um rio de lágrimas.
Toda vida se tece de mil mortes.

3.3. Eufemismo - Consiste no abrandamento de expressões cruas ou desagradáveis.
Exs.: Foi acometido pelo mal de Hansen (= contraiu lepra).
O hábil político tomou emprestado dinheiro dos cofres públicos e esqueceu-se de devolver (=o hábil político roubou dinheiro).

3.4. Ironia - Consiste em sugerir, pela entonação e contexto, o contrário do que as palavras ou as frases exprimem, por intenção sarcástica.
Exs.: Que belo negócio! (= que péssimo negócio!).
O rapaz tem a sutileza de um elefante.

Há ainda: prosopopéia, gradação e apóstrofe.

sexta-feira, 19 de março de 2010



A POÉTICA E O ESTILO DE CRUZ E SOUSA E ALPHONSUS DE GUIMARAENS

CRUZ E SOUSA
O poeta João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro(atual Florianópolis)no dia 24 de novembro de 1861 ,filho de negros alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo ligados tanto a tendências estéticas vigentes como a fases na vida do autor.Quando Cruz e Souza diz "brancura", é preciso recorrer aos mais altos significados desta palavra, muito além da cor em si.

Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam como mostra a passagem a seguir:

"Tu que és a lua da Mansão de rosa

da Graça e do supremo Encantamento,

o círio astral do augusto Pensamento

velando eternamente a Fé chorosa;"
(Cruz e Sousa)

Também havia a busca da purificação com o espírito atingindo regiões etéreas e integração com o espaço infinito (cosmos) como nos versos a seguir:

"A voz do céu pode vibrar sonora

Ou do inferno a sinistra sinfonia,

Que num fundo de astral melancolia

Minh'alma com a tu'alma goza e chora;"
(Cruz e Souza)

ALPHONSUS DE GUIMARAENS
Afonso Henrique da Costa Guimarães, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 24 de julho de 1870 e morreu, em Mariana, a 15 de julho de 1921.
Ouro Preto foi o cenário dos primeiros anos da vida do Poeta que desde sua infância dava sinais de extrema sensibilidade e acentuada introversão. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que ele explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inaptação ao mundo.

Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina que é considerada um anjo, ou um ser celestial, por isso, Alphonsus de Guimaraens é neo-romântico e simbolista ao mesmo tempo, já que essas duas escolas possuem características semelhantes. Oscila, assim, entre os indícios materiais da morte e a expectativa do sobrenatural, como se toda a sua poesia se fizesse em variações de um mesmo réquiem. Mas a evolução da linguagem é permanente e a tendência a um barroco discreto -- de Ouro Preto, Mariana se flexibiliza, se inova com acentos verlainianos, mallarmaicos, de que brotam imagens muitas vezes ousadas, não longe da invenção surrealista.

Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".

Sua poesia é quase toda voltada para o tema da Morte da Mulher amada. Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas.Como o dístico observadona estrofe do poema Árias e Canções:

"A suave castelã das horas mortas

Assoma à torre do castelo, As portas,"

Outra tematica observada em suas poesias é a morte como forma de evasão e de fuga do plano terreno, o amor é abordado de forma platonica e idealizante, pois nao ha lugar para o sensualismo e erotismo. A figura femininaaparece de forma divinizada, distante, fria e morta. Como na estrofe a seguir:

"Hirta e branca... Repousa a sua aurea cabeça

Numa almofada de cetim bordada em lirios.

Ei- la morta afinal como quem adormeça

Aqui para sofrer Além novos martirios."
(Alphonsus de Guimaraens)

A Poesia Moderna no Brasil

Na década de 1930 a poesia moderna brasileira consolida-se. As ousadias, por vezes excessivas, da geração de 1922 vão se abrandando. O resultado é o nascimento de uma lírica pujante, elaborada por um excepcional conjunto de criadores. Poucos países do mundo podem se orgulhar de possuir um grupo tão expressivo quanto este. A legítima idade de ouro do gênero poético, no país, ocorre em mais ou menos cinqüenta anos, até a década de 80, - quando morre Drummond e João Cabral se aposenta - fechando um ciclo de incomum grandeza. Didaticamente, podemos dividir estas brilhantes vozes poéticas em duas linhas:

a) O grupo da tradição lírica: Resulta da síntese entre as inovações modernistas e o melhor da poesia ocidental do passado, fundindo a linguagem renovadora com temas clássicos e universais. Predomina a subjetividade e reafirma-se o velho poder da inspiração, nos moldes românticos. Seu maior expoente é Manuel Bandeira, mas enquadram-se neste bloco Cecília Meireles, Vinícius de Moraes e Mário Quintana.

b) O grupo da modernidade radical: Estrutura-se em oposição ao confessionalismo e ao subjetivismo da poesia tradicional, mesmo aquela produzida por autores contemporâneos. O mundo torna-se mais importante do que o eu-lírico. Há uma grande desconfiança a respeito das possibilidades comunicativas da linguagem e rejeita-se a inspiração, privilegiando-se a técnica e a carpintaria poética. O nome principal é o de Carlos Drummond de Andrade. Outros representantes seriam Murilo Mendes, João Cabral de Mello Neto e os concretistas de São Paulo.

Não é errado falar também um grupo (ou subgrupo) que opta pela poesia engajada. Este tipo especial de lírica origina-se dos compromissos sociais, políticos e religiosos dos escritores, para quem a arte se identifica com a manifestação de princípios nacionalistas, católicos ou marxistas. Geralmente correspondem à fases transitórias dos poetas, como a do socialismo de Drummond, a da religiosidade popular de Jorge de Lima, ou a do catolicismo conservador de Vinícius de Moraes, no início de carreira, etc. Do ponto de vista da linguagem, seus adeptos fogem do experimentalismo e buscam um estilo mais convencional, e por vezes discursivo. Mais próximos de nós, encontramos, nesta vertente engajada, boa parte das obras de Ferreira Gullar e Afonso Romano de Sant´Anna.

POESIA (elementos de versificação)
O Ritmo
O ritmo do poema é a sucessão de sons fortes (sílabas tônicas) e sons fracos (sílabas átonas), repetidas com intervalos regulares ou variados que dão musicalidade (melodia) ao poema.

No poema, as pausas existem não necessariamente atraves de sinais de pontuação, mas as palavras provocam a melodia e, o ritmo é determinado por elas e pela sequência de sons.

A distribuição das sílabas átonas e tônicas e o tamanho do verso determinam o seu ritmo. E para medi-lo é necessário observar a quantidade e a intensidade das sílabas.

A Metrificação
A metrificação é o estudo da medida dos versos, geralmente em poemas. Fazer a contagem das sílabas poéticas ou sílabas dos versos chama-se escansão.

As sílabas dos versos são sonoras e sua contagem é feitade maneira auditiva, diferente, portanto, da contagem gramatical que considera o número de sílabas gráficas

As Sílabas Gramaticas
"Ah!/Quem/ há/ de/ ex/pri/mir/, al/ma/ im/po/nen/te/ e/ es/cra/va" (Olavo Bilac) - 17 sílabas gramaticais.

As Sílabas Poéticas
"Ah!/ Quem/ há/ de ex/pri/mir/,al/ma im/po/nen/te e es/cra/va" (Olavo Bilac) - 12 sílabas poéticas.

Na contagem de sílabas poéticas, as palavras estão ligadas umas às outras mais intimamente, é o que confere ao texto o ritmo e a melodia próprios dos versos.
O encontro entre duas vogais iguais é chamado de crase.
O encontro entre duas vogais diferentes é chamado de elisão.
As sílabas são contadas até a última sílaba tônica do verso.
O Encadeamento
Quando o verso não finaliza justamente com um segmento sintático, ocorre o encadeamento, que é a continuação do sentido de um verso no verso seguinte.

O Verso
O verso é a "linha" do poema. Os versos são classificados de acordo com o número de sílabas poéticas que possuem

Verso monossílabo: 1 sílaba poética.
Verso dissílabo: 2 sílabas poéticas.
Verso trissílabo: 3 sílabas poéticas.
Verso tetrassílabo: 4 sílabas poéticas.
Verso pentassílabo ou redondilha menor: 5 sílabas poéticas.
Verso hexassílabo: 6 sílabas poéticas.
Verso heptassílabo ou redondilha maior: 7 sílabas poéticas.
Verso octossílabo: 8 sílabas poéticas.
Verso eneassílabo: 9 sílabas poéticas.
Verso decassílabo: 10 sílabas poéticas.
Verso hendecassílabo: 11 sílabas poéticas.
Verso dodecassílabo ou alexandrino: 12 sílabas poéticas.
Verso bárbaro: mais de 12 sílabas poéticas.
A Forma
O estudo da forma identifica a disposição dos versos ao longo do poema e como tal estabelece a natureza e o tom do mesmo.

Os Sistemas de Versificação
Greco-Latino
O verso Greco-Latino é formado por pés em que se alternam sílabas longas e breves podendo o pé ser Troqueu, Dátilo ou Peônio dependendo de sua composição.

Neo-Latino
Nas linguas neo latinas a contagem dos versos não se dá pelo número de pés mas sim pelo número de sílabas fonéticas

Português
Na língua portuguesa o sistema versificatório conta as sílabas poéticas até a última tônica.

___________________
Bibliografia básica:
MACAMBIRA, José Rebouças. Estrutura Musical do Verso e da Prosa. Fortaleza: Pioneira, 1983.
CARVALHO, Amorim de. Tratado de versificação portuguesa. 5. ed. Lisboa: Universitária, 1987.
História da Literatura (gêneros literários)
A história da literatura estuda os movimentos literários, artistas e obras de uma determinada época com características gerais de estilo e temáticas comuns, e sua sucessão ao longo do tempo.

As histórias da literatura são divididas em grandes movimentos denominados eras, que se dividem em movimentos denominados estilos de época ou escolas literárias.

Cada escola literária representa as tendências estético-temáticas das obras literárias produzidas em uma determinada época.

Os Gêneros Literários Essenciais

Na Grécia Clássica, os textos literários se dividiam em três gêneros, que representavam as manifestações literárias da época:

O gênero épico: narrações de fatos grandiosos, centrados na figura de um herói. Segundo Aristóteles, a palavra narrada.

O gênero dramático: textos destinados para a representação cênica, na forma de tragédia ou na forma de comédia. Segundo Aristóteles, a palavra representada.

O gênero lírico: textos de caráter emocional, centrados na subjetividade dos sentimentos da alma. Segundo Aristóteles, a palavra cantada.
A CRÔNICA

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

Em resumo, podemos determinar cinco pontos:

Narração histórica pela ordem do tempo em que se deram os fatos.
Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jornal ou outro periódico.
Pequeno conto baseado em algo do cotidiano.
Normalmente possuiu uma crítica indireta.
Muitas vezes a crônica vem escrita em tomhumorístico. Exemplos deste tipo de crônica são Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Leon Eliachar.
GÊNEROS JORNALÍSTICOS

A Notícia
A notícia é um formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos. É a matéria-prima do Jornalismo, normalmente reconhecida como algum dado ou evento socialmente relevante que merece publicação numa mídia. Fatos políticos, sociais, econômicos, culturais, naturais e outros podem ser notícia se afetarem indivíduos ou grupos significativos para um determinado veículo de imprensa. Geralmente, a notícia tem conotação negativa, justamente por ser excepcional, anormal ou de grande impacto social, como acidentes, tragédias, guerras e golpes de estado. Notícias têm valor jornalístico apenas quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas previamente por nenhum veículo. A "arte" do Jornalismo é escolher os assuntos que mais interessam ao público e apresentá-los de modo atraente. Nem todo texto jornalístico é noticioso, mas toda notícia é potencialmente objeto de apuração jornalística.

A Reportagem
A reportagem é a representação de um fato ou acontecimento enriquecido pela capacidade intelectual, observação atenta, sensibilidade, criatividade e narração fluente do autor.
Trata-se de uma especialidade a meio caminho entre o jornalismo e a literatura ou já dentro dos limites da literatura “E também uma arte", observa Alberto Dines - Porque nela entra toda a bagagem subjetiva de quem a faz.

Requisitos essenciais
A reportagem exige os seguintes requisitos de quem a trata:

Capacidade intelectual- O profissional tem que por a prova todas as suas aptidões, a fim de abordar convenientemente o tema e esgotá-lo até os últimos limites.
Os assuntos tornam-se cada vez mais complexos e os leitores cada vez mais exigentes.A leitura de um Dossier e aconselhável.

Observação atenta - Aí entra em jogo a capacidade que tem o repórter de ver. A bagagem intelectual e as informações prévias sobre a questão facilitarão ao repórter discernir o que é principal e secundário durante o trabalho de campo e em meio a um mundo de informações.Agir com toda curiosidade exigida de um jornalista.

Sensibilidade- Embora influenciada pela bagagem cultural é pessoal, íntima, não pode ser ampliada com simples regras de comportamento.Esta faculdade ou o repórter a tem, ou não tem.

Criatividade- Mesmo submetido às regras que orientam o trabalho jornalístico, aos deveres com a empresa e ao livro de estilo, o repórter goza de boa margem de liberdade para criar.De sua capacidade depende o êxito do produto final.Toda a articulação e exposição do tema precisam assentar-se, porém em bases reais, do contrário seria a negação mesma do jornalismo.Impõe-se a reconstituição honesta dos fatos e do clima em que se desenrolam. Por maiores que sejam a imaginação e técnica narrativa do repórter seu dever fundamental é com a verdade.

Narração Fluente- A informação bruta transforma-se em reportagem através da narração fluente.O repórter não deve mostrar muita preocupação com a forma, mas tem que expor os fatos de maneira que o leitor se sinta atraído do princípio ao fim do texto.

O Conto (conceito)
O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.

Origem
De o livro do mágico (cerca de 4000 a.C.), escrito pelos egípcios, até a Bíblia encontram-se textos com estrutura de conto. No entanto, a autoria deles foi perdida. O primeiro grande contista da História é tido como Luciano de Samosata (125-192). São da mesma época Lucius Apuleius (125-180) e Caio Petrônio.

Do século XIV ao XIX Giovanni Boccaccio (1313-1375) ou (2000-2010) em sua obra Decameron, estabeleceu as bases do que se entende por conto. A época é marcada por contistas célebres, como Geoffrey Chaucer (que publica os Os Contos de Canterbury), Jean de La Fontaine (autor de vários contos infantis, como A cigarra e a formiga) e Charles Perrault, de O Soldadinho de Chumbinho.É veneno

No século XIX, destacam-se Honoré de Balzac, Leo Tolstoy, Guy de Maupassant e Mary Shelley.

Na Alemanha, os irmãos Grimm publicam dezenas de contos infantis (muitos recontados dos originais de Perrault), incluindo Branca de Neve e Capuchinho Vermelho (português europeu) ou Chapeuzinho Vermelho (português brasileiro), enquanto Washington Irving estabelece-se como o primeiro contista estadunidense relevante



Fases
Há várias fases do conto. Tais fases nada têm a ver com aquelas estudadas por Vladimir Propp no livro "A morfologia do conto maravilhoso", no qual, para descrever o conto, Propp o "desmonta" e o "classifica" em unidades estruturais – constantes, variantes, sistemas, fontes, funções, assuntos, etc. Além disso, ele fala de uma "primeira fase" (religiosa) e uma "segunda fase" (da história do conto). Aqui, quando falamos em fases, temos a intenção de apenas darmos um "passeio" pela linha evolutiva do gênero.

Período da oralidade
Logicamente a primeira fase é a "oral", a qual não é impossivel precisar o seu início: o conto se origina num tempo em que nem sequer existia a escrita; as histórias eram narradas oralmente ao redor das fogueiras das habitações dos povos primitivos – geralmente à noite. Por isso o suspense, o fantástico, que o caracterizou

Período da escrita
A primeira fase escrita é provavelmente aquela em que os egípcios registraram O livro do mágico (cerca de 4000 a.C.). Daí vamos passando pela Bíblia – veja-se como a história de Caim e Abel (2000 a.C.) tem a precisa estrutura de um conto. O antigo e novo testamento trazem muitas outras histórias com a estrutura do conto, como os episódios de José e seus irmãos, de Sansão, de Ruth, de Suzana, de Judith, Salomé; as parábolas: o Bom Samaritano, o Filho Pródigo, a Figueira Estéril, a do Semeador, entre outras.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Itaboraí
A cidade (Foto 1- Convento São Boaventura; foto 2- área verde de Itaboraí-Magé)
Itaboraí é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Localiza-se a 22º44'40" de latitude sul e 42º51'34" de longitude oeste, a 46 metros de altitude. A população estimada para 2009 foi de 228.996 habitantes.

Panorama histórico
A origem está relacionada à história da extinta Vila de Santo Antônio de Sá ou Vila de Santo Antônio de “Macacu”, como também era conhecida e que tem sua origem em 1567.

A fundação de Itaboraí ocorreu em 1672, com a inauguração de uma capela dedicada a São João Batista, substituída por outro templo em 1684.

De 1700 a 1800, a freguesia de São João de Itaboraí apresenta um notável desenvolvimento. Em 1778, era a mais importante da Vila de Santo Antônio de Sá, considerada um grande centro agrícola. Em 1780, grande parte do açúcar produzido pelos 80 engenhos das freguesias próximas era embarcado em caixas de madeira nos 14 barcos pertencentes ao porto (daí o nome "Porto das Caixas").

Em 1829, a Freguesia São João de Itaboraí foi atingida por uma epidemia de malária, causando muitas mortes e grande prejuízo para a região. Em 15 de janeiro de 1833, através de um Decreto Imperial, a freguesia foi elevada à categoria de Vila e, a 22 de maio do mesmo ano, instalou-se a primeira Câmara de Vereadores.

A partir de 1850, os transportes fluviais foram gradualmente substituídos pelos ferroviários e, em 23 de abril de 1860, com a inauguração do primeiro trecho da Estrada de Ferro Niterói-Cantagalo, Itaboraí consolidou a sua importância econômica, pois recebia toda a produção de gêneros do Norte Fluminense pela ferrovia e a enviava em embarcações pelo rio Aldeia até o rio Macacu (e deste para a Baía de Guanabara para ser comercializada). Contudo, a Vila de Santo Antônio de Sá, começou a entrar em decadência, pois perdia a sua condição de entreposto comercial.

Em 5 de julho de 1874 foi inaugurada a Estrada Ferro-Carril Niteroiense, partindo de Maruí, em Niterói, até Porto das Caixas. A estrada fazia a ligação de Nova Friburgo e Cantagalo diretamente ao porto da capital da província, substituindo o transporte fluvial realizado através de Porto das Caixas. A construção da estrada foi uma das principais causas do seu declínio e, por conseqüência, o da Vila de São João de Itaboraí – este também agravado pela libertação dos escravos, que levara muitos fazendeiros à falência.

Aspectos geográficos
O Município de Itaboraí possui clima tropical, chuvoso no verão e seco no inverno. Sua temperatura média anual é de 25º Celsius.

Vegetação
A vegetação anual do município é composta em maior parte por pastagens, mata de encosta, mangues e brejos. Os remanescentes de matas são observados nos setores mais íngremes e elevados nas Serras do Barbosão e do Lagarto. São matas tipicamente secundárias resultantes da regeneração natural, pois concentraram muita exploração de madeira para a obtenção de carvão e lenha no passado. No restante do município, as matas encontram-se muito fragmentadas e aparecem em locais isolados.

Os manguezais ocupam grande parte da desembocadura dos rios que desaguam na Baía de Guanabara, em áreas de pouco declive cortadas pelos rios Macacu e Guaxindiba.

Relevo
As características do relevo do município são bem peculiares entre si. As maiores altitudes da cidade são encontradas na Serra do Barbosão, a leste na divisa com Tanguá, bem como nas Serras do Lagarto e Cassorotiba do Sul , na divisa com o município de Maricá. Nas demais localidades, a Norte e a Oeste do município, predominam as planícies, onde estão concentrados os rios que convergem para a Baía de Guanabara. Entre as planícies e as serras, observa-se um relevo suavemente ondulado, com morros que raramente ultrapassam os 50 metros.

Economia
As principais atividades econômicas do município são:

Manufatura (cerâmica decorativa e utilitária);
Fruticultura;
Agricultura de subsistência;
Apicultura;
Pecuária extensiva;
Extrativismo mineral;
Setor terciário (comércio e serviços).




Abraços Leais!!!
Subprojeto¹: Gentis Gestos
1. Tema. A poética de "Gentileza" e os poetas de agora.
2. Objetivos específicos.
2.1. Motivar os alunos a conhecer a poética do poeta Gentileza.
2.2. Debater temas propostos acerca da temática dos versos de gentileza.
2.3. Apropriar-se do conceito "Gentileza Gera Gentileza".
2.4. Desenvolver habilidades de argumentação oral a partir da discussão em grupo e do debate deliberativo.
2.5. Debater temas propostos pelos versos.
2.6. Refletir sobre as diferenças entre os seres humanos na contempora-
neidade.
2.7. Levar os alunos a produzir versos escritos acerca da temática: "Gentileza Gera Gentileza.
3. Desenvolvimento (tarefas).
3.1. Produza versos escritos com o tema "Gentileza Gera Gentileza".
3.2. Recorte quadrados de cartolina verde e, com tinta guache amarela, escreva neles seus versos.
3.3. Leve-os para a sala de aula.
Observação: Caro aluno, caso você não consiga a cartolina e atinta guache, faça escreva os versos em algum tupo de papel. Seja criativo.
Abraços Leais!!!
______
1. Subprojeto advindo do Projeto Gentileza, proposto a todos os alunos do Professor Gabriel Moraes.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

São Gonçalo D'Amarante (RJ)

São Gonçalo é um município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. Localiza-se a 22º49'37" de latitude sul e 43º03'14" de longitude oeste, a uma altitude de 19 metros. Sua população estimada em 2008 é de 982.832 habitantes[5], sendo a segunda cidade mais populosa do estado, depois da capital. Integra a Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Foto: Sol poente na Praia das Pedrinhas.

História

Em 6 de abril de 1579, o nobre Gonçalo Gonçalves recebia do Governador da Capitania do Rio de Janeiro a sesmaria localizada às margens do rio Imboaçu, e teria o dever de construir uma capela e um povoado no período de três anos. Ele construiu uma capela com o santo de sua devoção - São Gonçalo D'Amarante. Contudo, esta data é imprecisa, sendo alvo de debates entre historiadores da cidade.

Presume-se que o local tenha sido onde hoje está a Igreja Matriz de São Gonçalo, no bairro Zé Garoto. A praça Stephanea de Carvalho (popularmente conhecida como Praça do Zé garoto) seria o Marco-Zero da cidade, pois a vila de São Gonçalo existia onde agora está o bairro homônimo.

Nos seus inícios, no século XVI, a região onde está São Gonçalo era habitada pelos índios Tamoios, na região de Itaoca. Seu desmembramento, iniciado no final do século XVI, foi efetuado pelos jesuítas que, no começo do século XVII, instalaram uma fazenda na área conhecida como Colubandê, às margens da atual rodovia RJ-104. A sede da fazenda foi preservada e hoje é sede do batalhão de polícia florestal da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Em 1646, foi alçada à categoria de paróquia, já que, segundo registros da época, a localidade-sede ocupava uma área de 52 km², com aproximadamente seis mil habitantes, sendo transformada em freguesia. Visando a facilidade de comunicação, a sede da sesmaria foi posteriormente transferida para as margens do Rio Imboaçu, onde foi construída uma segunda capela, monumento atualmente restaurado. O conjunto de marcos históricos remanescentes do século XVII inclui a fazenda Nossa Senhora da Boa Esperança, em Ipiíba, e a propriedade do capitão Miguel Frias de Vasconcelos, no Engenho Pequeno. A capela de São João, Porto do Gradim, e a Fazenda da Luz, em Itaoca, são lembranças de um passado colonial em São Gonçalo.

Em 1860, 30 engenhos já estavam exportando através dos portos de Guaxindiba, Boaçu, Porto Velho, e Pontal de São Gonçalo. Dessa época, as fazendas do Engenho Novo e Jacaré (1800), ambas de propriedade do Barão de São Gonçalo, o Cemitério de Pachecos (1842) e a propriedade do Conde de Baurepaire Rohan, na Covanca (1820), são os elementos mais importantes. São Gonçalo contava até o século XX com cerca de 12 portos que exportavam produtos do Estado para a Corte.

Em 22 de setembro de 1890, o Distrito de São Gonçalo é emancipado politicamente e desmembrado de Niterói, através do decreto estadual nº 124. Em 1892, o decreto nº 1, de 8 de maio, suprime o município de São Gonçalo, reincorporando-o a Niterói pelo breve período de sete meses, sendo restaurado pelo decreto nº 34, de 7 de dezembro do mesmo ano. Em 1922, o decreto 1797 concede-lhe novamente foros de cidade, revogada em 1923, fazendo a cidade baixar à categoria de vila. Finalmente, em 1929, a Lei nº 2335, de 27 de dezembro, concede a categoria de cidade a todos as sedes do município.

A partir, então, do ano de 1929, o Município de São Gonçalo inicia, de forma mais tranquila, sua trajetória rumo ao progresso e ao sucesso.

Em 1943, ocorre nova divisão territorial no estado do Rio de Janeiro e desta vez, São Gonçalo perde o Distrito de Itaipu para o município de Niterói, restando-lhe apenas cinco distritos, quais sejam: São Gonçalo (sede), Ipiíba, Monjolo, Neves e Sete Pontes que permanecem até os dias atuais.

Neste mesmo período, nas décadas de 1940 e 1950, inicia-se a instalação, em grande escala, de grandes fábricas e indústrias em São Gonçalo. Seu parque industrial era o mais importante do Estado, o que lhe valeu o apelido de "Manchester Fluminense", pois não havia nenhum desempregado na cidade.


Setor industrial

Em 17 de abril de 1925, a Companhia Brasileira de Usinas Metalúrgicas (CBUM) instala-se no município. Posteriormente esta usina foi incorporada ao grupo HIME, que, além da fundição e da cerâmica, desenvolvia a produção de fósforo da marca "SOL" , com uma fábrica denominada "Companhia Brasileira de Fósforo", que funcionava dentro de sua área metalúrgica. O HIME, também, mantinha na Rua Dr. Alberto Torres, uma escola primária, dirigida pelo prof. Êneas Silva e uma escola de Corte e Costura. Criou o Campo do Metalúrgico, que deu grande impulso e incentivo ao esporte no município. A construção de vilas operárias em terras desta companhia, para seus funcionários, também, não pode ser esquecida. Atualmente, o HIME foi adquirido pelo Grupo Gerdau.

Em 2 de dezembro de 1937, é a vez do gaúcho José Emílio Tarragó fundar com a razão social "Tarragó, Martinez e Cia Ltda." a futura indústria de conservas de peixe Coqueiro. A posterior mudança do nome da empresa deveu-se a mudança do ramo de negócio. A primeira atividade desta indústria era uma fruta doce/azeda chamada tamarindo. Porém, ao mudar de ramo para o de conservas de peixe, a indústria teve que mudar de nome. A nova empresa prosperou e a marca Coqueiro projetou-se nacional e internacionalmente. Em 1973, o Grupo Quaker comprou a fábrica e consolidou a marca Coqueiro, além de ampliar sua tradicional liderança no mercado.

Em 9 de fevereiro de 1941, José Augusto Domingues funda a Fábrica de Artefatos de Cimento Armado, produzindo paralelepípedos e meios-fios.

Em 5 de outubro de 1941, instala-se no distrito de Neves a Indústria Reunidas Mauá, que produzia vidros e porcelanas.

Em 16 de novembro de 1941 é fundada a Companhia Vidreira do Brasil - COVIBRA. Foi a primeira no Brasil e a maior na América do Sul, no fabrico mecânico de vidro plano, com exportação para o Egito, Índia, China e África do Sul. Com o tempo mudou de proprietários e de nome para VIDROBRÁS e, atualmente, ELECTROVIDRO. A matéria-prima desta indústria provinha de Maricá.

Em 22 de novembro de 1941, instalava-se a Fábrica de Enlatados de Sardinha Netuno, próxima ao Porto do Gradim.

Em 10 de maio de 1942, é fundada a Fábrica de Fogos Santo Antônio, localizada na Rua Oliveira Botelho nº 1.638, em Neves.

No período da Segunda Guerra Mundial, São Gonçalo cresceu de forma meteórica. Com as grandes fazendas sendo desmembradas em sítios e chácaras, mão-de-obra barata e abundante, grandes áreas, além da proximidade com as então capitais federal (cidade do Rio) e estadual (Niterói), o que facilitava o escoamento da produção, São Gonçalo tornou-se solo fértil ao desenvolvimento.

No governo de Joaquim de Almeida Lavoura, o município teve sua grande arrancada para a urbanização, com calçamento das principais vias, ligando Niterói ao Alcântara, passando pelo importante bairro Parada 40.

Lavoura, como é mais conhecido, governou São Gonçalo por três vezes (de 31 de janeiro de 1955 a 20 de janeiro de 1959, de 31 de janeiro de 1963 a 30 de janeiro de 1967 e de 31 de janeiro de 1973 a 12 de agosto de 1975).


Planos para o futuro

COMPERJ - Atualmente, São Gonçalo vive um ótimo momento, talvez um dos melhores de sua história, com o anuncio da construção do que será a maior e mais completa refinaria de petróleo brasileira no município vizinho de Itaboraí, no qual São Gonçalo terá o Centro de Integração, Centro de Inteligência e também a Central de Escoamento, gerando milhares de empregos, qualificando profissionais e contribuindo ainda mais com o crescimento da economia local.

METRÔ - No final de 2008, ficou pronto o novo projeto de implantação da Linha 3 do metrô, que cortará São Gonçalo de ponta a ponta em 10 estações: Neves, Vila Lage, Paraíso, Parada 40, Centro, Estrela do Norte, Antonina, Trindade, Alcântara, Jardim Catarina e Bom Retiro. Em breve as obras serão iniciadas. BARCAS - Existe um projeto pronto para a estação em Boa Vista, próximo ao piscinão, mas exige uma obra de dragagem na baía, o início das obras aguardam a liberação de verba para a obra.

RODOVIÁRIA - Está pronto o projeto da rodoviária de São Gonçalo com ônibus intermunicipais e interestaduais, que será no bairro Colubandê, às margens da rodovia RJ-104, somente aguarda a liberação de verba para a obra, que também contará com um terminal de ônibus municipais, que somará com os outros novos terminais que terá em cada distrito da cidade, que serão integrados.

SHOPPINGS- Neste momento está sendo construído um novo shopping no centro da cidade, ele terá mais de 200 lojas e virá acompanhado com 2 torres comerciais, que prometem ser as maiores da cidade, além de uma universidade privada. Também está em andamento o projeto de um shopping em Alcântara que também poderá vir acompanhado de 2 torres comerciais, mais um apart-hotel e ainda um hiper-mercado, o empreendimento promete ser um dos mais modernos da região metropolitana do Rio de Janeiro, talvez o mais moderno.

CONTRUÇÃO CIVIL - Atualmente dezenas de empreendimentos imobiliários de alto e médio padrão estão se instalando na cidade, driblando a crise mundial, alguns com quase todos os imóveis vendidos mesmo antes do término das obras.

COMÉRCIO - Lojas e prédios comerciais novos estão se firmando em São Gonçalo, por diversos pontos da cidade, aumentando ainda mais a economia, bens e serviços, empregos e qualidade de vida da população. Também está em andamento o projeto de um Mercado Popular em Alcântara.

INFRA-ESTRUTURA - Existem muitos projetos de melhoria da infra-estrutura na cidade, entre eles se destaca a revitalização de todo o eixo entre Neves e Alcântara, reabertura da estação de tratamento de esgoto, urbanização da ilha de Itaoca e suas praias, ampliação da rede de distribuição e tratamento de água, canalização dos rios Alcântara e Guaxindiba, entre outros.

Geografia (Clima)

O clima do Município de São Gonçalo é do tipo tropical atlântico, com chuvas de verão e inverno relativamente seco. As temperaturas variam relativamente ao longo do ano, podendo ter máximas de até 40°C no verão, ou mínimas próximas a 10°C durante o inverno. Geralmente, as temperaturas variam entre as máximas de 25°C a 35°C e as mínimas de 14°C a 24°C. Mas, no maior período do ano, ou seja, de maio a outubro a temperatura é mais amena pois o clima é mais seco e menos quente.


Piscinão de São Gonçalo, localizado no bairro de Boa Vista[editar] Educação
A cidade possui um campus que se destaca, a Faculdade de Formação de Professores (FFP-UERJ). Este é o maior polo especializado do estado em formação de professores, tendo como resultado mais visível a enorme quantidade de aprovados nos concursos públicos por todo o Brasil.

Sua importância é ampliada quando analisamos que é um polo avançado de formação de pessoal de nível superior por parte da UERJ numa das principais cidades do estado do Rio de Janeiro. Seus discentes são residentes, em sua maioria, de São Gonçalo. Porém, em ordem decrescente, as cidades de origem dos mesmos são: Niterói, Rio de Janeiro, Itaboraí, e municípios da Baixada Fluminense, entre outras.

Há muitos anos os estudantes deste campus reivindicam a implementação de um ônibus intercampi gratuito, que ligasse a UERJ São Gonçalo à do Maracanã.


Saúde

São Gonçalo possui os seguintes hospitais: Hospital Estadual Alberto Torres; Hospital de Olhos de Niterói; Hospital Luiz Palmier; Hospital Adão Pereira Nunes; Hospital Barone de Medeiros; Hospital Infantil Darcy Silveira Vargas; Hospital dos Tapetes; Hospital Santa Maria.


Transportes

São Gonçalo possuía uma rede ferroviária que foi desativada, e que consistia de duas linhas de trem: uma ia de Niterói até Campos dos Goitacazes (via Itaboraí) e outra que ia de Niterói até Cabo Frio (passando por Vidreira, Alcântara, Sacramento, Maricá e Araruama).

Atualmente, a ligação de São Gonçalo com os outros municípios se faz, unicamente, por ônibus e vans. As empresas que fazem essas ligações são:

Grupo Rio Ita (Rio Ita, Fagundes e Tanguá) - ligação dos bairros do distrito de Monjolos (Jardim Catarina, Santa Luzia, Marambaia, etc.), 1o. distrito (Mutuá, Mutuapira, Fazenda dos Mineiros, Itaóca, etc.) com Niterói e desses mesmos bairros com o Centro. Possui, também, linhas que ligam alguns desses bairros (incluindo Alcântara) ao Rio de Janeiro;
Grupo Mauá (Mauá, Alcântara, ABC e Icaraí) - ligações de outros bairros (Boassu, Amendoeira, Pacheco, Jóquei, Itaúna, Trindade, Luiz Caçador, etc.) com Niterói e o Centro de São Gonçalo. Possui algumas linhas para o Rio de Janeiro, como Alcântara-Méier e Alcânatara-Campo Grande;
Grupo Galo Branco (Galo Branco e Estrela) - ligação dos bairros do primeiro distrito (Galo Branco, Rocha, Água Mineral), quinto distrito (Engenho Pequeno e Vila Zumbi) e o quarto distrito (Porto da Pedra, Boa Vista, Porto Novo e Gradim) com o Centro de São Gonçalo, Alcântara e Niterói. Possui uma única linha para o Rio de Janeiro (520D - Jardim Alcântara - Estácio);
Coesa Transportes - faz as ligações de são Gonçalo com o Centro do Rio de Janeiro e alguns bairros da Zona Norte (Praça da Bandeira e Vila Isabel)
Rio Ouro - ligação dos bairros do segundo distrito (Várzea das Moças, Calaboca, Maria Paula) com Alcântara e o Centro de São Gonçalo (a exceção fica para a linha 04 - Várzea das Moças - Marambaia). Foi a primeira empresa a implantar microônibus para usuários de cadeira de rodas no município;
Rosana - pertence à Autolotação Ingá, de Niterói, e possui uma única linha no município: 43 - Jardim República - Fórum;
Auto Viação Asa Branca gonçalense - também possui uma única linha, a 07 - Guaxindiba - Fórum, que foi prolongada até Neves, por dois períodos (1998 a 2001 e 2002 a 2009). Essa empresa possui apenas microônibus na frota, com exceção de dois ônibus de duas portas.
Outras empresas também operam com uma ou poucas linhas intermunicipais, como a Expresso Rio de Janeiro, que pertence ao Grupo Rio Ita (com a linha 121B - Magé - Alcântara) e Viação Nossa Senhora do Amparo com as linhas 536R (Várzea das Moças - Niterói), 540R (Jóquei - Niterói), 542R (Anaia - Niterói), 544R (Maricá - Rio do Ouro) e 571R (Engenho do Roçado - Niterói).

Além disso, um barco faz a ligação entre Itaóca e a Ilha de Paquetá.


Gonçalenses famosos

Diego Maciel - Eletricista & motorista nascido no bairro do Rocha SG
Dedé Santana - Humorista;
Juliana Paes - Atriz
Palhaço Carequinha - Artista - Viveu toda sua vida nesta cidade.
Cláudia Leitte - cantora, ex-vocalista do Babado Novo, nasceu no Porto da Pedra;
Manoel Angelo - Empresário do Ramo ótico, nasceu em Santa Catarina.
Altay Veloso - compositor;
Zizinho- Jogador do Flamengo, São Paulo, Bangu, Colo-Colo, e da Seleção) nasceu no bairro de Neves;
Jessé (cantor), nasceu no Mutuá;
Edmundo (jogador) - Nasceu no Marimbondo;
Márvio Lúcio (O Carioca do Pânico na TV) - Criado no bairro de Neves;
Cláudio Zoli (cantor)- Nasceu no Barro Vermelho;
Selma Reis - (cantora e atriz);
Márcia Cabrita - (atriz);
Helton - Nasceu no Alcântara;
Alex - Nasceu no Engenho Pequeno;
Altair (ex-jogador do Fluminense) - Nasceu no Mutondo;
Roberto Miranda (jogador do Botafogo);
Ronaldo Torres (jogador do Flamengo);
Jean (Ex-Flamengo, Fluminense, Corinthians, e Vasco da Gama atualmente no Santos - Nasceu no bairro de Vila Lage;
Ibson(Flamengo) - Nasceu em Santa Catarina;
Ian Negão (Empresário)- Dono da Cleyton Productions;
Diego(Flamengo) - Nasceu em Santa Catarina;
Luiz Henrique (Flamengo) - Nasceu no Mutuá;
Luiz Alberto - (zagueiro, atualmente no Fluminense);
Fafy Siqueira (atriz) - Nasceu no Alcântara;
Lucas da Rocha e Silva - (Presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil);
Getúlio Vargas - (goleiro do Flamengo);
Claudinho e Buchecha - (cantores e compositores) - naturais do bairro Boaçu;
Zé Canuto- (saxofonista)de renome internacional, solista do conjunto da cantora Gal Costa);
Faustino Silva- (maestro, professor musical, escultor);
Rafael Zulu - (Ator) Neves;
Zélio Fernandino de Morais - (Médium) Fundador da Umbanda no Brasil
Wellington Moteiro - (ator) mora em São Gonçalo;
Bruno Menzenga - Jogador do Flamengo, nascido e criado no bairro Colubandê.


Praia

Vista da Praia da Luz
Pôr-do-sol visto do São Gonçalo Shopping
Ilha do Pontal vista do continente

Ilha do Pontal
Ilha do Pontal vista da baía
Uma das praias da ilha de Itaoca
Uma das praias da ilha de Itaoca

Interior da Guanabara, vista de Itaoca
Praia de São João
Vista da Praia das Pedrinhas
Navegando na APA

Shopping São Gonçalo e Praia das Pedrinhas
São Gonçalo Shopping
Shopping São Gonçalo visto da baía
Vista do interior do São Gonçalo Shopping

Panorama de Alcântara
Panorama de Alcântara
Vista da região de Alcântara à noite.
Vista da região do Zé Garoto à noite.

Gradim
Zé Garoto
Santa Izabel
Colônia de pescadores do Gradim

Estaleiro no Gradim
Ilha Itaoquinha


Referências
1.↑ 1,0 1,1 Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2.↑ Estimativas da população para 1º de julho de 2009 (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009). Página visitada em 16 de agosto de 2009.
3.↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
4.↑ 4,0 4,1 Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2007). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
5.↑ Erro de citação Tag inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas IBGE_Pop_2008

Profeta Gentileza

Sua infância

Nascido em Cafelandia-SP, no dia 11 de abril de 1917. Com mais onze irmãos, José Datrino teve uma infância de muito trabalho, na qual lidava diretamente com a terra e com os animais. Para ajudar a família, puxava carroça vendendo lenha nas proximidades. O campo ensinou a José Datrino a amansar burros para o transporte de carga. Tempos depois, como profeta Gentileza, se dizia "amansador dos burros homens da cidade que não tinham esclarecimento". Desde sua infância José Datrino era possuidor de um comportamento atípico. Por volta dos treze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. Este comportamento causou preocupação em seus pais, que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura, chegando a buscar ajudas em curandeiros espirituais.


Surge o Profeta Gentileza

No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, houve um grande incêndio no circo "Gran Circus Norte-Americano", o que foi considerado uma das maiores tragédias circenses do mundo. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou simplesmente "Profeta Gentileza".

Após deixar o local que foi denominado "Paraíso Gentileza", o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar."


Os murais

A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra.