domingo, 21 de março de 2010

Figuras de Linguagem (conceitos essenciais)

Figuras de linguagem - diz respeito às formas conotativas das palavras. Recria, altera e enfatiza o significado institucionalizado delas. Incidindo sobre a área da conotação, as figuras dividem-se em:

a. Figuras de construção (ou de sintaxe): têm esse nome porque interferem na estrutura gramatical da frase.

b. Figuras de palavras (ou tropos): constituem-se de figuras que adquirem novo significado num contexto específico.
c. Figuras de pensamento: realçam o significado das palavras ou expressões.

1. Figuras de construção (ou de sintaxe)

1.1. Elipse - Omissão de um termo facilmente identificável. O principal efeito é a concisão.
Ex.:De mau cordo, mau ovo (De mau cordo só pode sair mau ovo)

1.2. Pleonasmo - Repetição de um termo ou idéia. O efeito é o reforço da expressão.
Exs.:Vi-o com meus próprios olhos.
Rolou pela escada abaixo.

1.3. Onomatopéia - Consiste na imitação de um som.
Exs.:O tique-taque do relógio a enervava.

Há ainda: zeugma, polissíndeto, iteração (repetição), anáfora, aliteração, hpérbato, anacoluto, e silepse.

2. Figuras de palavras (ou tropos)

2.1. Metáfora - Fundamenta-se numa relação subjetiva, ela consiste na transferência de um termo para um âmbito de significação que não é o seu e para isso parte de uma associação afetiva, subjetiva entre dois universos. É uma espécie de comparação abreviada, à qual faltam elementos conectores (como, assim como, que nem, tal qual etc.).
Ex.:Murcharam-lhe (assim como murcham as flores) os entusiasmos da mocidade.

2.2. Metonímia - Consiste na substituição de um nome por outro porque entre eles existe alguma relação de proximidade.
Ex.:O estádio (os torcedores) aplaudiu o jogador.

Há ainda: catacrese e antonomásia.

3. Figuras de pensamento

3.1. Antítese - É a figura que evidencia a oposição entre idéias.
Ex.:Buscas a vida, eu, a morte.

3.2. Hipérbole - É uma afirmação exagerada para conseguir-se maior efeito estilístico.
Exs.: Chorou um rio de lágrimas.
Toda vida se tece de mil mortes.

3.3. Eufemismo - Consiste no abrandamento de expressões cruas ou desagradáveis.
Exs.: Foi acometido pelo mal de Hansen (= contraiu lepra).
O hábil político tomou emprestado dinheiro dos cofres públicos e esqueceu-se de devolver (=o hábil político roubou dinheiro).

3.4. Ironia - Consiste em sugerir, pela entonação e contexto, o contrário do que as palavras ou as frases exprimem, por intenção sarcástica.
Exs.: Que belo negócio! (= que péssimo negócio!).
O rapaz tem a sutileza de um elefante.

Há ainda: prosopopéia, gradação e apóstrofe.

sexta-feira, 19 de março de 2010



A POÉTICA E O ESTILO DE CRUZ E SOUSA E ALPHONSUS DE GUIMARAENS

CRUZ E SOUSA
O poeta João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro(atual Florianópolis)no dia 24 de novembro de 1861 ,filho de negros alforriados, desde pequeno recebeu a tutela e uma educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome de família. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais. Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo, às vezes pelo desespero, às vezes pelo apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca. É certo que encontram-se inúmeras referências à cor branca, assim como à transparência, à translucidez, à nebulosidade e aos brilhos, e a muitas outras cores, todas sempre presentes em seus versos.No aspecto de influências do simbolismo, nota-se uma amálgama que conflui águas do satanismo de Baudelaire ao espiritualismo ligados tanto a tendências estéticas vigentes como a fases na vida do autor.Quando Cruz e Souza diz "brancura", é preciso recorrer aos mais altos significados desta palavra, muito além da cor em si.

Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam como mostra a passagem a seguir:

"Tu que és a lua da Mansão de rosa

da Graça e do supremo Encantamento,

o círio astral do augusto Pensamento

velando eternamente a Fé chorosa;"
(Cruz e Sousa)

Também havia a busca da purificação com o espírito atingindo regiões etéreas e integração com o espaço infinito (cosmos) como nos versos a seguir:

"A voz do céu pode vibrar sonora

Ou do inferno a sinistra sinfonia,

Que num fundo de astral melancolia

Minh'alma com a tu'alma goza e chora;"
(Cruz e Souza)

ALPHONSUS DE GUIMARAENS
Afonso Henrique da Costa Guimarães, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 24 de julho de 1870 e morreu, em Mariana, a 15 de julho de 1921.
Ouro Preto foi o cenário dos primeiros anos da vida do Poeta que desde sua infância dava sinais de extrema sensibilidade e acentuada introversão. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que ele explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inaptação ao mundo.

Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina que é considerada um anjo, ou um ser celestial, por isso, Alphonsus de Guimaraens é neo-romântico e simbolista ao mesmo tempo, já que essas duas escolas possuem características semelhantes. Oscila, assim, entre os indícios materiais da morte e a expectativa do sobrenatural, como se toda a sua poesia se fizesse em variações de um mesmo réquiem. Mas a evolução da linguagem é permanente e a tendência a um barroco discreto -- de Ouro Preto, Mariana se flexibiliza, se inova com acentos verlainianos, mallarmaicos, de que brotam imagens muitas vezes ousadas, não longe da invenção surrealista.

Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".

Sua poesia é quase toda voltada para o tema da Morte da Mulher amada. Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas.Como o dístico observadona estrofe do poema Árias e Canções:

"A suave castelã das horas mortas

Assoma à torre do castelo, As portas,"

Outra tematica observada em suas poesias é a morte como forma de evasão e de fuga do plano terreno, o amor é abordado de forma platonica e idealizante, pois nao ha lugar para o sensualismo e erotismo. A figura femininaaparece de forma divinizada, distante, fria e morta. Como na estrofe a seguir:

"Hirta e branca... Repousa a sua aurea cabeça

Numa almofada de cetim bordada em lirios.

Ei- la morta afinal como quem adormeça

Aqui para sofrer Além novos martirios."
(Alphonsus de Guimaraens)

A Poesia Moderna no Brasil

Na década de 1930 a poesia moderna brasileira consolida-se. As ousadias, por vezes excessivas, da geração de 1922 vão se abrandando. O resultado é o nascimento de uma lírica pujante, elaborada por um excepcional conjunto de criadores. Poucos países do mundo podem se orgulhar de possuir um grupo tão expressivo quanto este. A legítima idade de ouro do gênero poético, no país, ocorre em mais ou menos cinqüenta anos, até a década de 80, - quando morre Drummond e João Cabral se aposenta - fechando um ciclo de incomum grandeza. Didaticamente, podemos dividir estas brilhantes vozes poéticas em duas linhas:

a) O grupo da tradição lírica: Resulta da síntese entre as inovações modernistas e o melhor da poesia ocidental do passado, fundindo a linguagem renovadora com temas clássicos e universais. Predomina a subjetividade e reafirma-se o velho poder da inspiração, nos moldes românticos. Seu maior expoente é Manuel Bandeira, mas enquadram-se neste bloco Cecília Meireles, Vinícius de Moraes e Mário Quintana.

b) O grupo da modernidade radical: Estrutura-se em oposição ao confessionalismo e ao subjetivismo da poesia tradicional, mesmo aquela produzida por autores contemporâneos. O mundo torna-se mais importante do que o eu-lírico. Há uma grande desconfiança a respeito das possibilidades comunicativas da linguagem e rejeita-se a inspiração, privilegiando-se a técnica e a carpintaria poética. O nome principal é o de Carlos Drummond de Andrade. Outros representantes seriam Murilo Mendes, João Cabral de Mello Neto e os concretistas de São Paulo.

Não é errado falar também um grupo (ou subgrupo) que opta pela poesia engajada. Este tipo especial de lírica origina-se dos compromissos sociais, políticos e religiosos dos escritores, para quem a arte se identifica com a manifestação de princípios nacionalistas, católicos ou marxistas. Geralmente correspondem à fases transitórias dos poetas, como a do socialismo de Drummond, a da religiosidade popular de Jorge de Lima, ou a do catolicismo conservador de Vinícius de Moraes, no início de carreira, etc. Do ponto de vista da linguagem, seus adeptos fogem do experimentalismo e buscam um estilo mais convencional, e por vezes discursivo. Mais próximos de nós, encontramos, nesta vertente engajada, boa parte das obras de Ferreira Gullar e Afonso Romano de Sant´Anna.

POESIA (elementos de versificação)
O Ritmo
O ritmo do poema é a sucessão de sons fortes (sílabas tônicas) e sons fracos (sílabas átonas), repetidas com intervalos regulares ou variados que dão musicalidade (melodia) ao poema.

No poema, as pausas existem não necessariamente atraves de sinais de pontuação, mas as palavras provocam a melodia e, o ritmo é determinado por elas e pela sequência de sons.

A distribuição das sílabas átonas e tônicas e o tamanho do verso determinam o seu ritmo. E para medi-lo é necessário observar a quantidade e a intensidade das sílabas.

A Metrificação
A metrificação é o estudo da medida dos versos, geralmente em poemas. Fazer a contagem das sílabas poéticas ou sílabas dos versos chama-se escansão.

As sílabas dos versos são sonoras e sua contagem é feitade maneira auditiva, diferente, portanto, da contagem gramatical que considera o número de sílabas gráficas

As Sílabas Gramaticas
"Ah!/Quem/ há/ de/ ex/pri/mir/, al/ma/ im/po/nen/te/ e/ es/cra/va" (Olavo Bilac) - 17 sílabas gramaticais.

As Sílabas Poéticas
"Ah!/ Quem/ há/ de ex/pri/mir/,al/ma im/po/nen/te e es/cra/va" (Olavo Bilac) - 12 sílabas poéticas.

Na contagem de sílabas poéticas, as palavras estão ligadas umas às outras mais intimamente, é o que confere ao texto o ritmo e a melodia próprios dos versos.
O encontro entre duas vogais iguais é chamado de crase.
O encontro entre duas vogais diferentes é chamado de elisão.
As sílabas são contadas até a última sílaba tônica do verso.
O Encadeamento
Quando o verso não finaliza justamente com um segmento sintático, ocorre o encadeamento, que é a continuação do sentido de um verso no verso seguinte.

O Verso
O verso é a "linha" do poema. Os versos são classificados de acordo com o número de sílabas poéticas que possuem

Verso monossílabo: 1 sílaba poética.
Verso dissílabo: 2 sílabas poéticas.
Verso trissílabo: 3 sílabas poéticas.
Verso tetrassílabo: 4 sílabas poéticas.
Verso pentassílabo ou redondilha menor: 5 sílabas poéticas.
Verso hexassílabo: 6 sílabas poéticas.
Verso heptassílabo ou redondilha maior: 7 sílabas poéticas.
Verso octossílabo: 8 sílabas poéticas.
Verso eneassílabo: 9 sílabas poéticas.
Verso decassílabo: 10 sílabas poéticas.
Verso hendecassílabo: 11 sílabas poéticas.
Verso dodecassílabo ou alexandrino: 12 sílabas poéticas.
Verso bárbaro: mais de 12 sílabas poéticas.
A Forma
O estudo da forma identifica a disposição dos versos ao longo do poema e como tal estabelece a natureza e o tom do mesmo.

Os Sistemas de Versificação
Greco-Latino
O verso Greco-Latino é formado por pés em que se alternam sílabas longas e breves podendo o pé ser Troqueu, Dátilo ou Peônio dependendo de sua composição.

Neo-Latino
Nas linguas neo latinas a contagem dos versos não se dá pelo número de pés mas sim pelo número de sílabas fonéticas

Português
Na língua portuguesa o sistema versificatório conta as sílabas poéticas até a última tônica.

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Bibliografia básica:
MACAMBIRA, José Rebouças. Estrutura Musical do Verso e da Prosa. Fortaleza: Pioneira, 1983.
CARVALHO, Amorim de. Tratado de versificação portuguesa. 5. ed. Lisboa: Universitária, 1987.
História da Literatura (gêneros literários)
A história da literatura estuda os movimentos literários, artistas e obras de uma determinada época com características gerais de estilo e temáticas comuns, e sua sucessão ao longo do tempo.

As histórias da literatura são divididas em grandes movimentos denominados eras, que se dividem em movimentos denominados estilos de época ou escolas literárias.

Cada escola literária representa as tendências estético-temáticas das obras literárias produzidas em uma determinada época.

Os Gêneros Literários Essenciais

Na Grécia Clássica, os textos literários se dividiam em três gêneros, que representavam as manifestações literárias da época:

O gênero épico: narrações de fatos grandiosos, centrados na figura de um herói. Segundo Aristóteles, a palavra narrada.

O gênero dramático: textos destinados para a representação cênica, na forma de tragédia ou na forma de comédia. Segundo Aristóteles, a palavra representada.

O gênero lírico: textos de caráter emocional, centrados na subjetividade dos sentimentos da alma. Segundo Aristóteles, a palavra cantada.
A CRÔNICA

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

Em resumo, podemos determinar cinco pontos:

Narração histórica pela ordem do tempo em que se deram os fatos.
Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos científicos, esporte etc., em jornal ou outro periódico.
Pequeno conto baseado em algo do cotidiano.
Normalmente possuiu uma crítica indireta.
Muitas vezes a crônica vem escrita em tomhumorístico. Exemplos deste tipo de crônica são Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Leon Eliachar.
GÊNEROS JORNALÍSTICOS

A Notícia
A notícia é um formato de divulgação de um acontecimento por meios jornalísticos. É a matéria-prima do Jornalismo, normalmente reconhecida como algum dado ou evento socialmente relevante que merece publicação numa mídia. Fatos políticos, sociais, econômicos, culturais, naturais e outros podem ser notícia se afetarem indivíduos ou grupos significativos para um determinado veículo de imprensa. Geralmente, a notícia tem conotação negativa, justamente por ser excepcional, anormal ou de grande impacto social, como acidentes, tragédias, guerras e golpes de estado. Notícias têm valor jornalístico apenas quando acabaram de acontecer, ou quando não foram noticiadas previamente por nenhum veículo. A "arte" do Jornalismo é escolher os assuntos que mais interessam ao público e apresentá-los de modo atraente. Nem todo texto jornalístico é noticioso, mas toda notícia é potencialmente objeto de apuração jornalística.

A Reportagem
A reportagem é a representação de um fato ou acontecimento enriquecido pela capacidade intelectual, observação atenta, sensibilidade, criatividade e narração fluente do autor.
Trata-se de uma especialidade a meio caminho entre o jornalismo e a literatura ou já dentro dos limites da literatura “E também uma arte", observa Alberto Dines - Porque nela entra toda a bagagem subjetiva de quem a faz.

Requisitos essenciais
A reportagem exige os seguintes requisitos de quem a trata:

Capacidade intelectual- O profissional tem que por a prova todas as suas aptidões, a fim de abordar convenientemente o tema e esgotá-lo até os últimos limites.
Os assuntos tornam-se cada vez mais complexos e os leitores cada vez mais exigentes.A leitura de um Dossier e aconselhável.

Observação atenta - Aí entra em jogo a capacidade que tem o repórter de ver. A bagagem intelectual e as informações prévias sobre a questão facilitarão ao repórter discernir o que é principal e secundário durante o trabalho de campo e em meio a um mundo de informações.Agir com toda curiosidade exigida de um jornalista.

Sensibilidade- Embora influenciada pela bagagem cultural é pessoal, íntima, não pode ser ampliada com simples regras de comportamento.Esta faculdade ou o repórter a tem, ou não tem.

Criatividade- Mesmo submetido às regras que orientam o trabalho jornalístico, aos deveres com a empresa e ao livro de estilo, o repórter goza de boa margem de liberdade para criar.De sua capacidade depende o êxito do produto final.Toda a articulação e exposição do tema precisam assentar-se, porém em bases reais, do contrário seria a negação mesma do jornalismo.Impõe-se a reconstituição honesta dos fatos e do clima em que se desenrolam. Por maiores que sejam a imaginação e técnica narrativa do repórter seu dever fundamental é com a verdade.

Narração Fluente- A informação bruta transforma-se em reportagem através da narração fluente.O repórter não deve mostrar muita preocupação com a forma, mas tem que expor os fatos de maneira que o leitor se sinta atraído do princípio ao fim do texto.

O Conto (conceito)
O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.

Origem
De o livro do mágico (cerca de 4000 a.C.), escrito pelos egípcios, até a Bíblia encontram-se textos com estrutura de conto. No entanto, a autoria deles foi perdida. O primeiro grande contista da História é tido como Luciano de Samosata (125-192). São da mesma época Lucius Apuleius (125-180) e Caio Petrônio.

Do século XIV ao XIX Giovanni Boccaccio (1313-1375) ou (2000-2010) em sua obra Decameron, estabeleceu as bases do que se entende por conto. A época é marcada por contistas célebres, como Geoffrey Chaucer (que publica os Os Contos de Canterbury), Jean de La Fontaine (autor de vários contos infantis, como A cigarra e a formiga) e Charles Perrault, de O Soldadinho de Chumbinho.É veneno

No século XIX, destacam-se Honoré de Balzac, Leo Tolstoy, Guy de Maupassant e Mary Shelley.

Na Alemanha, os irmãos Grimm publicam dezenas de contos infantis (muitos recontados dos originais de Perrault), incluindo Branca de Neve e Capuchinho Vermelho (português europeu) ou Chapeuzinho Vermelho (português brasileiro), enquanto Washington Irving estabelece-se como o primeiro contista estadunidense relevante



Fases
Há várias fases do conto. Tais fases nada têm a ver com aquelas estudadas por Vladimir Propp no livro "A morfologia do conto maravilhoso", no qual, para descrever o conto, Propp o "desmonta" e o "classifica" em unidades estruturais – constantes, variantes, sistemas, fontes, funções, assuntos, etc. Além disso, ele fala de uma "primeira fase" (religiosa) e uma "segunda fase" (da história do conto). Aqui, quando falamos em fases, temos a intenção de apenas darmos um "passeio" pela linha evolutiva do gênero.

Período da oralidade
Logicamente a primeira fase é a "oral", a qual não é impossivel precisar o seu início: o conto se origina num tempo em que nem sequer existia a escrita; as histórias eram narradas oralmente ao redor das fogueiras das habitações dos povos primitivos – geralmente à noite. Por isso o suspense, o fantástico, que o caracterizou

Período da escrita
A primeira fase escrita é provavelmente aquela em que os egípcios registraram O livro do mágico (cerca de 4000 a.C.). Daí vamos passando pela Bíblia – veja-se como a história de Caim e Abel (2000 a.C.) tem a precisa estrutura de um conto. O antigo e novo testamento trazem muitas outras histórias com a estrutura do conto, como os episódios de José e seus irmãos, de Sansão, de Ruth, de Suzana, de Judith, Salomé; as parábolas: o Bom Samaritano, o Filho Pródigo, a Figueira Estéril, a do Semeador, entre outras.